"Nous aimons la verité, nous aimons Dieu,

nous aimons tous les hommes." - Jacques Maritain

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Entre axé e salaam

A influência de práticas islâmicas no Candomblé do nordeste brasileiro

Barbara Lima


A aparição e disseminação do Islã em África se dá a partir do século VII na Etiópia e ​progressivamente para o resto do continente africano no século seguinte seguindo as ​rotas comerciais seculares, sobretudo no caso da África Ocidental. Por muito tempo ​teve-se o entendimento de que a religião ao chegar ao continente africano, ​principalmente, na África subsaariana, teria tomado características diferenciadas do seu ​“original”, o que foi chamado por estudiosos franceses (sobretudo Vincent Monteil no ​seu livro L´Islam Noir) como Islam Noir, ou Islã Negro. Contudo, é importante salientar ​que desde o seus surgimento, as práticas do Islã foram sendo modelas segundo os ​contextos linguísticos e culturais.

Esse tipo de “classificação” é claramente resultado do imperialismo francês, como ​aponta Thiago Henrique Mota em seu artigo Questões sobre o processo de islamização ​na Senegâmbia (1570-1625). Neste mesmo texto, Mota pontua as problemáticas acerca ​desse conceito esclarecendo que o Islã encontrado na África negra é tão legítimo ​quanto o Islã árabe. Porém, é necessário relativizar a fala do autor na medida em que ​para o Árabe, o africano era e ainda continua sendo um muçulmano inferior. Á prova ​disso é a lei muçulmana que sentencia que não se pode escravizar outro muçulmano, ​mas Árabes e nem mesmo os “berberes” arabizados respeitaram isso. A captura e a ​escravização de Ahmad Bhabha, por exemplo, levado para o Marrocos, um dos maiores ​eruditos do império do Mali, é bem ilustrativo.




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